O Rio de Janeiro ocupa, hoje, um lugar de destaque no país como produtor de tecnologia e conhecimento. Nos últimos anos, os recursos investidos nestas áreas vêm crescendo significativamente.
A Rederio de computadores, inaugurada em 1992, é um dos principais instrumentos de desenvolvimento científico do estado do Rio de Janeiro interconectando os mais avançados centros de pesquisa do país, sediados nas universidades e nas empresas públicas e privadas do Estado.
Inicialmente, a Rederio interligava três instituições principais: a UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, o LNCC – Laboratório Nacional de Computação Científica e a PUC-RJ - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, que funcionavam como ponto de troca de tráfego, através de um backbone de 256Kbps. Além dessas três principais, reunia apenas 7 outras instituições localizadas na região metropolitana do Rio de Janeiro, ou seja, o alcance era bastante limitado.
Oito anos depois, algumas mudanças se fazem notar: o aumento da velocidade de transmissão do backbone, 600 vezes superior a que era utilizada quando da inauguração da rede; a substituição de uma das instituições principais, o LNCC pelo CBPF – Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, por motivo de transferência de cidade da primeira; a inclusão de duas novas organizações: FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz e TELEMAR e a ampliação do alcance da rede, agora beneficiando mais de noventa instituições, incluindo aquelas que constituem a Rede Governo do estado. Abaixo é apresentado um mapa da distribuição dos pontos de presença da Rederio na região metropolitana do Rio de Janeiro, mostrando suas ligações através de fibra ótica.
20. Mapa de Distribuição da Rederio
A estrutura física da Rederio tem o formato de um pentágono, cujos vértices são a UFRJ, o CBPF, a PUC-Rio, a FIOCRUZ e a TELEMAR-RJ. Nestas instituições de ponto de troca de tráfego, encontram-se equipamentos (roteadores, rádios, comutadores ATM-155Mbs, comutadores FastEthernet e Ethernet) que interligam todas as instituições consorciadas à rede. A Rederio está conectada a RNP - Rede Nacional de Pesquisa, espinha dorsal das redes acadêmicas do Brasil, possuindo 2 enlaces de 100 Mbps, através do PoP CBPF. Existe também um segundo enlace de 155 Mbps, conectado à Embratel, inaugurado em dezembro de 2003. Os enlaces com a RNP e com a Embratel oferecem conectividade nacional e internacional. Abaixo um esquema representativo da estrutura física da Rederio.
21. Estrutura física da Rederio
A maioria das conexões com os associados é estabelecida a 256 Kbps, através de circuitos digitais dedicados providos pela TELEMAR. Algumas ligações usam velocidades e meios diferentes. É o caso do LNCC e do Campus da Praia Vermelha da UFRJ, que acessam o PoP CBPF a 10 Mbps, e da UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense, cujo enlace com o Teleporto é 512 Kbps. Já a UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a UFF - Universidade Federal Fluminense se conectam à UFRJ via rádio. As demais ligações são do tipo LPCD – linha privada comutada digital.
A Coordenação de Engenharia Operacional - CEO é responsável pelo gerenciamento do Backbone, de todas conexões e dos serviços oferecidos pela Rede-Rio. A CEO monitora a rede, emite relatórios periódicos com estatísticas apontando a taxa de utilização de cada enlace além de oferecer serviço de suporte. Para isso, utilizam-se estações de trabalho e equipamentos de rede, mantidos no ar 24 horas por dia, operando programas de gerenciamento capazes de detectar os mais variados tipos de problemas, através de um monitoramento contínuo das linhas dedicadas.
Ao pessoal técnico do CEO cabe gerenciar estes equipamentos, colocar em funcionamento novas tecnologias e demandas da comunidade, garantir a segurança dos equipamentos da rede e acionar as operadoras de comunicação em eventuais problemas com as conexões as diversas instituições consorciadas.
A CEO fica localizada na sede do CBPF - Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e sua equipe é formada por técnicos da CAT - Coordenação de Atividades Técnicas. A FAPERJ – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, é o órgão responsável pelo financiamento da Rede Rio e a SECTI-RJ - Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação pela sua coordenação.
O Projeto IPv6 da Rederio iniciou em julho de 2003, com objetivo de participar do projeto da RNP – Rede Nacional de Pesquisa, chamado Br6Bone – http://www.6bone.rnp.br. A partir deste momento foi iniciado um estudo sobre as características do protocolo IPv6, as necessidades de um backbone metropolitano como a Rederio, investir no estudo e capacitação de profissionais para tal objetivo e a viabilidade de tal protocolo ser efetivamente ser implementado no backbone.
Após esta etapa de estudos foi iniciado uma outra relativa a execução de experimentos capazes de simular a utilização deste protocolo em nosso backbone. Estes experimentos foram vistos em detalhes na seção anterior. Ao fim da etapa de experimentação a Rederio entrou em contato com a RNP, para em fim fazer parte do projeto Br6Bone.
Em Setembro de 2003 a Rederio recebeu de forma provisória um bloco de endereços IPv6 cedidos pela RNP – (2001:12F0:04C0::/42). Hoje a Rederio possui todo seu backbone metropolitano (pontos de presença – UFRJ, PUC-RJ, CBPF) configurados com o Protocolo IPv6 e tendo como saída nacional e internacional um enlace com a RNP, através de tunnel Ipv6 sobre IPv4. Abaixo é apresentado um esquema do atual estágio do backbone IPv6 da Rederio.
22. Atual estágio do Backbone Ipv6 da Rederio
A Rederio oferece a qualquer de seus afiliados, conectados à rede IPv4, a possibilidade conexão ao backbone IPv6, através da adoção de blocos de endereços com prefixos /48, tendo já conquistado duas instituições interessadas e que já estão conectadas à rede IPv6:
· CBPF – Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – 2001:12F0:04C0::/48
· UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro – 2001:12F0:4C1::/48
Porém como a Rederio é um AS – Autonomus System, é necessário que possua seu próprio bloco de endereços. Desta forma existem algumas etapas a serem conquistadas:
1. obtenção do Bloco de endereços IPv6 junto ao órgão de registro responsável, que no caso da América Latina é o LACNIC - Latin American and Caribbean Internet Address Registry;
2. migração de todo o Backbone metropolitano da Rederio para os novos endereços IPv6, fornecidos pelo LACNIC;
3. configuração do protocolo BGP – Border Gateway Protocol no roteador de borda da Rederio para troca de Tráfego com a RNP;
4. organização do Plano de endereçamento e regras de utilização do Bloco de endereços IPv6 da Rederio.
Após estas etapas iniciais o projeto IPv6 tem como objetivo buscar novas instituições interessadas a participar, além de oferecer novos serviços como:
· Serviço de QoS – Quality of Server para tráfego multimídia;
· Planejamento para otimização e economia de tráfego com a utilização de endereços Multicast;
· Sistema Nativo de Autoconfiguração de equipamento para usuários finais;
· Sistemas de vídeo-conferência multiponto sobre IPv6 com utilização do software Isabel